terça-feira, 31 de março de 2009

ARTIGO | Roberto Pereira



Quando os países produtores de petróleo iniciaram um movimento visando adequar o preço do barril ao seu real valor, acenavam com uma bandeira muito justa. Iniciada no fim do século XIX a produção em larga escala do "ouro negro" tinha feito poderosas fortunas e gerava, há muito tempo, margens de lucro absurdas. Mas como diz o velho ditado, "nem tanto ao mar nem tanto à terra" e o que era reivindicação justa ganhou até sindicato (OPEP), os sócios se multiplicaram e a ambição dos intermediários acabou do gosto de quem contra ela protestava. E como a aviação é o termômetro oficioso da economia humana, no segundo semestre de 2008 o barril de petróleo chegou á casa dos US$ 100, pondo em risco todo o transporte aéreo. Antes um "clube fechado" a OPEP virou ferramenta de pressão política de massas, e a História mostra que quando a massa intervem, o resultado nem sempre é proveitoso... Há muito já se sabia que é possível produzir sucedâneos do querosene de aviação e do avgás de várias maneiras, e essas soluções só não eram usadas em escala maior pelo seu custo elevado. No último ano da Segunda Guerra Mundial a Alemanha nazista supriu suas Forças Armadas com gasolina sintética obtida através do craqueamento do carvão. E mesmo no Brasil há mais de vinte anos a estatal paulista CESP realiza em Corumbataí pesquisas de obtenção de metanol com aparas e restos de madeira. Há anos a Embraer fabrica em série uma versão movida a álcool de cana (etanol) do avião agrícola "Ipanema", tecnologia desenvolvida pela USP e pelo CTA. E isso apenas para citar apenas alguns exemplos nacionais. Em resumo: obter sucedâneos para o querosene e a gasolina de aviação era um problema apenas econômico e não tecnológico. E quando aumentaram abusivamente o custo dos combustíveis de aviação os países produtores de petróleo passaram o "sinal vermelho" e hoje é apenas uma questão de tempo até que tenham em mãos reservas de algo cujo preço será ditado pela disponibilidade e não por seu desejo.A Força Aérea dos Estados Unidos vem testando diversos tipos de aviões acionados com mistura de querosene e outros combustíveis sintéticos e várias companhias aéreas e fabricantes de turbinas realizam agora ensaios com combustíveis tirados de diferentes tipos de vegetais e de algas marinhas. Nem todas as nações possuem clima favorável e territórios agricultáveis como os do Brasil, que pode produzir alimentos e combustíveis ao mesmo tempo. Mas os mares cobrem a maior parte do nosso planeta e as algas podem ser ainda "fabricadas" intensivamente em "fazendas marítimas". Executado de modo moderno e automático esse sistema pode reduzir o preço do litro de querosene de algas dos atuais US$ 25,00 o galão para menos de US$ 8,00 o galão, segundo cálculos recentes. E as algas, além de renováveis, poluem muito menos. Parece que os senhores do petróleo calcularam mal a validade do tesouro que tinham em mãos. Literalmente "abusaram da sorte". Também na aviação. E quem abusa da sorte em aviação, sofre
Fonte:AeroBusiness

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