quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Artigo | O salto da Tam


Não há dúvidas de que a trajetória da TAM Linhas Aéreas é impressionante. Em 30 anos, a companhia paulista passou de minúscula operadora de táxi aéreo a líder absoluta do mercado brasileiro. Grande parte dessa evolução ocorreu graças à visão e energia de seu fundador, Rolim Adolfo Amaro, embora a companhia tenha contado com sua boa sorte em mais de uma ocasião. Esses fatores, combinados à fidelidade aos princípios estratégicos e ao improvável, mas eficiente, mix de ousadia e cautela em momentos decisivos, colocaram a TAM no patamar atual. A partir de abril, porém, a companhia entra em uma nova era. Nesse mês, a TAM passará a fazer parte definitivamente da Star Alliance, maior aliança de empresas aéreas do mundo. A aliança servirá de porta de entrada para centenas de mercados em todo o globo, o que pode garantir novo ciclo de crescimento acelerado para a companhia surgida em Marília (SP). “Hoje temos uma malha forte na América do Sul, nos Estados Unidos e na Europa, mas agora ingressaremos no estágio máximo de uma companhia aérea global”, atesta o presidente da TAM, Líbano Miranda Barroso.
O ingresso da companhia paulista na Star Alliance também encerra um histórico processo de transição na aviação regular brasileira. Com a adesão, a TAM ocupará a posição de empresa de bandeira do País, no lugar que, por mais de quatro décadas, pertenceu à Varig. A parceria marca ainda uma profunda reestruturação no modelo de gestão de passageiros da TAM. Em novembro de 2009, a empresa implantou uma plataforma integrada baseada no pacote Altéa CMS (Customer Management Solution). Fornecido pela Amadeus, ele é referência global em sistemas de tecnologia da informação para a indústria de viagem e turismo. “Mais de 60% dos membros da Star Alliance operam com sistemas Amadeus”, justifica Paulo Castello Branco, vice-presidente Comercial e de Planejamento da TAM. “Essas medidas criam condições não só para acomodar o expressivo crescimento da TAM nos últimos anos, que hoje realiza 800 voos diários, como também para expandir ainda mais nossas operações nesta próxima década, principalmente no mercado internacional”. Na prática, TAM e Star Alliance selam um acordo de benefícios recíprocos. A companhia brasileira e seus passageiros passarão a compartilhar produtos e serviços em mais de 1.070 aeroportos, em 171 países, com seus parceiros internacionais, novos e antigos. Já a aliança global, fundada em 1997 por Air Canada, Lufthansa, Scandinavian Airlines, Thai Airways e United Airlines (além da Varig), ganhará um operador de peso para suprir o mercado da América Latina. Com o desligamento da Varig, em 2007, a região se tornou um “ponto em branco” para a aliança global. Com o acordo, a TAM ganha visibilidade, estrutura e passageiros, devendo faturar US$ 60 milhões a mais por ano a partir do ano que vem. A Star Alliance, por sua vez, passa a oferecer 36 novos destinos e reforça sua posição de liderança também na porção Centro-Sul do continente americano — Continental e Brussels aderiram à Star Alliance em 2009 e, neste ano, além da TAM, devem juntar-se à aliança Aegean e Air India.
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